Dos cliques reaccionários
E sintetizador sou do sempre
Imparável
O meu lugar é não-lugar
Das inconsequências
E o desmérito sem préstimo
Das passerelles dos amadores
E dos mentais embaraços vários
O meu é o meu lugar
É o mau sentido do questionável
(“filha da puta de mania”)
e das torções de pescoços
Que se torcem depressa a mirar
Os dejectos lançados fora
O meu é um mau lugar
Eivado de seivas e levas
Das enxurradas e aluviões
Já de si tidas pelos contempladores
De dejectos lançados
A escolha é o meu não lugar
E assim é a porra da contradição
O meu lugar é o daquele
Que escreve com mania de quem quer ser grande mesmo sabendo que não chegará a lado nenhum, pois o não-talento cortar-lhe-á as pernas e as silvas, porventura, que lhe barram o caminho, e os tendões, e os espinhos a cravar de encontro ao cérebro
É tudo o diabo de uma mitologia, e a sentença de quem nem sabe do que foi sentenciado, e do que será julgado...
Ocorrem-me as estúpidas questões dos primordiais tempos
Em que deixaram as fogueiras limpar ao homem a sua limpeza corporal –
Corporal de nada ter que pensar
Voltamos, ainda bem, dizem eles?, a esses tempos
(...)
Um como que aperto e tilintar de cortes sanguíneas e tronos de ossos é o que me serve de agora em diante, ao tilintar estas linhas. Mas nada parece me servir. Será essa a miserável escorreita simples complexa contraditória sumarenta carnuda conclusão?
Nem posso eu acordar nas órbitas dela?Nem isso?
Onde estou eu?
Onde é o meu lugar?
O meu lugar é o não lugar
Do consciente sempre perseguido
Porém enganado pelas túmidas
E epidémicas contradições
Mal escritas, ainda por cima,
Desse tilintar de peito que nos faz
De si pouco ou muito – homens
[2004/2007]
1 comment:
Bravo!
JN
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