Wednesday, July 09, 2008

há os amantes que se armam
da dor e dos olhos de milhafre

e há amantes que amam
a espera longa e o exacto exame

há-os sismados e céleres
tomando o tempo por empréstimo

existem amantes que nada sabem
apalpam as paredes e sujam-nas

há os namorados senis
de beiços tortos e folgados

há os amantes juntos
a sonhar outro fim do dia

há tantos e tantos amantes
e de tantos e tantos haverem

há também os amantes que amam
à cata de recordações

[e depois há o confuso eu
a ganhar o fim do dia]

1 comment:

Anonymous said...

Adorei este teu poema.

Beijinhos
Patricia